Os raios gama podem ser usados para examinar o interior das estruturas de betão com fidelidade fotográfica e precisão superior àquela que pode ser obtida com outras técnicas de inspecção não destrutiva utilizadas no domínio da engenharia civil, tais como os ultra-sons, o radar de prospecção geotécnica, entre outros. A aplicação de raios gama na inspecção de estruturas de betão é conhecida há já alguns anos [1-4]. No entanto, a sua aplicação tem sido limitada devido à inexistência de uma tecnologia prática e competitiva. Actualmente, a disponibilidade de meios computacionais e ferramentas de digitalização cada vez mais poderosos tem vindo a tornar possível o desenvolvimento de métodos que permitem explorar a utilização da radiação gama na determinação de posições, diâmetros e estado de corrosão de armaduras, detecção e medição de vazios em bainhas de pré-esforço, e na inspecção do interior dos mais diversos materiais estruturais, com elevada precisão e a baixo custo.
O desenvolvimento da técnica de Tomografia de Betão Armado (TBA) pela THASA foi motivado pelo trágico colapso de uma varanda, causando a morte de várias pessoas e realçando a necessidade de um método eficaz para a caracterização da posição e do estado das armaduras em elementos estruturais. Nos últimos anos a TBA tem vindo a ser utilizada na inspecção de vigas, pilares, lajes e outros elementos estruturais de edifícios públicos e privados, edifícios industriais, cofres bancários, monumentos, pontes, estacas submersas, bainhas em elementos pós-tensionados.